Na verdade "meu filme" é um drama, um suspense, um terror, um romance, uma história complicada. Um gênero indefinido ou uma mistura de todos eles em proporções diferentes, uma crise existencial constante. Algumas vezes seria muito melhor simplesmente existir. To falando do filme.
f e l i p e diz: cari Carine diz: sou eu a ana a ana f e l i p e diz: oi Ana, como ta o seu PÉ? Carine diz: engessado eu vou pular xau f e l i p e diz: pular????
Vivendo em algumas horas, em parcelas, passa um tempo e mais algumas horas, as vezes apenas alguns minutos e vai embora, momentos qué só é permitido olhar, só alguns poucos sabem, não demora, mas ninguém entende, diz que me adora, um dia isso vai terminar, e começar, foi assim uma vez e quem sabe agora.
Sonhei que estava na mesa de cirurgia, a equipe médica de costas para mim se preparando para abrir meu peito e conversando sobre o último final de semana. Sabia exatamente qual era meu problema, cardíaco, mas me sentia bem. Olhava para meu peito e imaginava o tamanho do buraco, ossos quebrados... O problema? Não lembro. Não conseguia me mexer, nem falar. Lembrei de outro em que eu perdia meus dedos... e tantos outros. Eu, sonho.
- Aqui cheira a merda. - É o ralo. - Não. Não é não. - Claro que é. O cheiro vem do ralo. - O cheiro vem de você. - Olha lá. Olha lá, o cheiro vem do ralinho. - Quem usa esse banheiro? - Eu. - Quem mais? - Só eu. - E então, de onde vem o cheiro?
- Felipe? - oi - Ta acordado? - aham - Sonhei que a janela estava aberta e estava chovendo na minha cara, acordei morrendo de vontade de fazer xixi. - chuva na cara - Essa porta fica batendo né?! - porta que bate, chuva na cara - Perdi o sono, acordei você quando levantei pra ir no banheiro... - não, fui eu que puxei o edredom e você acordou - Foi o sonho, a janela aberta. - os leões chegaram, psh... dorme - To sem sono. - porta que bate, chuva na cara
Não sei dizer ao certo o que acontece com a gente, o que aconteceu e o que ainda está por vir. Nenhum de nós sabe explicar com exatidão, um pouco de um montão de coisas misturadas, curiosidade, saudades, vontade, respeito, loucura, ingenuidade, malícia, entre tantas outras. Voltamos ao passado vivendo uma história que já passou ou esse tempo foi necessário pra que a gente voltasse a nos encontrar assim? Nem tudo acaba como imaginamos, muito menos acontece como planejamos, é o que é, está sendo, sem planos, passo a passo, tudo ao seu tempo. Culpados por não seguir o que é certo, mas com a certeza de que temos esse direito, de experimentar, errar, tentar e encontrar nossos próprios limites. As palavras não saem da boca, mas tenho certeza de que você consegue senti-las. Consciente sim, inconsequente talvez, e daí? Essa é a única forma de saber, felizmente!